domingo, 10 de maio de 2009

O Encontro


O Encontro
O paradigma do encontro, surge como a efectivação de algo que vai muito para além do que seria imaginável.
Doce momento de olhares, cheiros, e afectos! Entranhado na pele surge o cheiro dos momentos, olhando o rio…. Cai o pano, entram os sons das águas calmas.
O rio como testemunha, cúmplice do que se quer dizer e, não quer! Ainda há tanto para dizer e parece que tanto já foi dito. Não foi difícil o encontro, foi sim difícil dizer adeus, terminar o que parecia ser uma viagem que tinha sido retomado numa qualquer paragem das vidas que se cruzam para além do que são os espaços físicos e temporais.
O rio nunca mais será o mesmo, toda a água que nele correr vai murmurar-me aos ouvidos.....estiveste aqui! Cumpriste o desejo, não mais serás atormentado, encontraste o desígnio, aquilo que parecia não ser possível, olhaste o horizonte e não querias acreditar, diz-me baixo ao ouvido o rio.
Afinal os barcos flutuam com a força do vento, os dois lados parecem encaixar quase na perfeição, fundindo-se num só.
Foi expectável, mas sinto o privilégio de ter sido tocado por uma espécie de divindade, não no sentido metafísico, mas ter-me reflectido no meu eu, e como acto consciente possuir-me como hermafrodita voraz e sem contemplações!
Se nunca mais se repetir, valeu a pena, valerá sempre a pena recordá-lo! É um momento que terá vida própria, subsistirá para além de todos os tempos, e o rio registará a sua existência e fica fiel depositário, passará a história às sereias que o povoam que se encarregarão de levar o encontro a todos os cantos do universo!