domingo, 31 de maio de 2009

Pacto ou casamento….. a ideia do amor


Pois sim um casamento…contrato civil, diz a lei, entre duas pessoas de sexo diferente.
União para a vida, dizem as religiões, baseada na premissa do amor e que esse sentimento dura até ao fim da vida dos nubentes, resistindo e prolongando-se para lá da morte de um ou do outro.
Idealizado como o contrato, ou a ideia de votos de amor…….a instituição tem permanecido para além dos tempos, dos nubentes e dos contratos…até se discute, com e legitimidade, se não de devia abolir a ideia de pessoas de sexo diferente…..abrir assim o leque ao amor sem ideia de género humano homem/mulher, simplesmente a ideia de dois seres, não interessa de que sexo.
Sabes o que penso…….antes disto ter aparecido contratualizado, devo contigo ter feito uma espécie de pacto….se calhar numa outra vida……….tu amas-me, eu amo-te, começava assim o nosso pacto. Assim estabelecemos que, quer seja por contrato ou através de votos, vamos deixar os nossos corpos transpirar num qualquer canto……naquele cantinho……embora abunde toda a largura da cama , precisas de espaço dizes…….agora sei porquê…….não é muito quando o preenchemos, adivinhavas que eu viria! Não foi preciso o contrato ou a autoridade religiosa, sabias que era eu. Afinal, sem saber, procurava-te, és tu quem comigo um dia pactuou !
Há dias em que apetecemos….quem compreende que já casámos……afinal não está escrito…..nem estabelecemos os votos……doce pecado o dos nosso corpos, parece que nasceram para se juntar. Os lábios não dormem, já reparaste!
Porque será que sofremos as ausências……quando te encontrei, não me perguntas-te nada…..eu limitei-me a dizer-me…..ouviste e percebeste que as palavras só atrapalhavam, eram como campainhas constantes a alertar que vinha mais um apeadeiro, que teimosamente me fazia lembrar que se calhar era ali o meu destino….. Apear-me na paragem, nesta ou na próxima…não, na outra…….disseste….. deixa-me ser eu a decidir quando devemos apearmo-nos , olha a paisagem lá fora , ouve o som silencioso que emana da voz das almas.
Lembraste que só podíamos sobreviver se nos amássemos, como disse alguém….pois bem nós somos os sobreviventes que desconheciam o seu destino……mas estamos aqui…….casámos se calhar por um qualquer momento de vontades, do qual não existe registo a não ser o da nossa cumplicidade traduzida neste emaranhado de sentires……como é bom sentir o corpo quando a alma já entrou em ti.
Sim é verdade….eras tu que estavas naquele comboio e olhei para ti……eu sabia que te conhecia……e tu querias mesmo viajar e olhar a foz do rio……aquela foz volta sempre á tua vida e agora faz parte da minha vida…….casei lá contigo, lembras-te?