Saindo a porta,
Virando as costas,
Vultos invadem a penumbra da noite.
O escuro invade o espaço…
Estranha sinfonia que soa na noite,
Espaço do desespero dos foliões…
Dos que procuram a própria procura,
Dos desesperados…
Tempo sem tempo,
Trazido pelos ventos,
Encontram-se os estranhos…
Destapam-se os romances numa qualquer procura,
Reencontram-se os caminhos outrora perdidos…
Afinal voltamos sempre ao mesmo sítio,
A procura nunca é, em vão…
Os sonhos ganham a dimensão da nossa vida
Nunca são demasiados grandes para neles caberem todas as nossas fantasias
Estranho desígnio quando no ser não cabem os sonhos
Tudo se apaga no renascer,
E preciso cumprir os sonhos…
E preciso cumprir a vida, reescrever uma qualquer história,
E todas as formas intactas do desespero ganham contornos,
Tudo se uniformiza na selecção dos poetas,
Afinal a historia parece já contada vezes sem conta…
Mas o fascínio continua intacto,
Quando descubro a saída do labirinto…
Tenho que descarregar o peso do meu desespero…
Emanam gritos, para soarem aos ouvidos dos que não são poetas.
Caminho entre palavras surdas ao apelo,
Cavalgo nos poemas, sulcando os caminhos destinados,
A mim, a todos!