quinta-feira, 13 de maio de 2010

Poeta daltónico


                                                     

Mascarada a vida de poema
Surgem os fantasmas abismados
Nos defuntos os carinhos
Pintamos as cores dos campos
Caímos junto á entrada do paraíso
Lá dentro vai longa a festa
No limbo amanhece sem luz
Na cor vivida doem as almas…penadas pelo tempo
Sem um horizonte para perder
Pedidos de perdão…sem perdão por vista
Porque no limbo amanhece sem luz
Fuga para os campos…sem fim… sem vista
As cores misturam-se…surge o poeta daltónico
Mascara a vida de poema
Cai á espera da mão que não o agarra
Esforço desperdiçado…implora o carinho dos defuntos
Já esqueceu que no limbo amanhece sempre sem luz
Agora já não é tarde…
Ontem desperdiçou a poesia
Atirou cores ao ar…acordou cego de cor
Esfregou os olhos com flores
E fechou a cortina do limbo.