domingo, 14 de junho de 2009

Tanto em tão pouco tempo


A relação entre nós e essa unidade a que se convencionou chamar tempo é, quanto a mim, dos aspectos mais intrigantes da nossa vida. A ideia de vida é por si mesmo um facto que tem na sua essência, para além de outros factores, um determinado decurso de tempo, ou seja, necessita para ser contada ou até invocada ter um tempo associado.
Quando se vive intensamente no tempo que nos é proporcionado para essa vivência, existe uma certa perversidade, tendemo-lo a caracterizá-lo como pouco, ou muito. Dependendo a sua duração, não já de factores objectivos, minutos, horas ou até de dias mas sim, da nossa vontade em conduzir-mos a sua duração a nosso bel prazer.
O tempo mede-se, mas não se sente e cai por vezes impiedoso sobre nós. Outras, lamentamos, não passa, parece passear alheado da nossa necessidade de ele por nós passar para que antecipemos uma qualquer coisa cuja distância está apenas dependente dele.
É a nossa relação com o tempo que faz dele um valor de uma importância imensa. Cedo todos de aperceberam de uma ideia de valor associada ao tempo, mas o que me interessa, para o caso concreto, é não o seu valor traduzido em produto de troca económica, mas sim a relação dele com a nossa necessidade de adaptação àquilo que é a nossa vivência porque a ideia de vida , essa já lá está.
Por vezes a intensidade que colocamos e vivemos em determinadas situações leva-nos a ter uma ideia de escassez de tempo. Analisei a situação e pensei, será que as situações, elas próprias, não terão um tempo determinado como aquele que seria, até por experiência idênticas, o razoável ou necessário para se concretizar?
Ou então será não a impiedosa (no caso pela necessidade de controlar o tempo) padronização de uma qualquer, ou não, situação que nos parece agradável e, se diz dura aquele tempo, que afasta o elemento subjectivo, afastando assim o nosso sentir sobre a situação?
Ora acontece e penso que a todos nós, embora aqui o faça no exercício pessoal, que por vezes é muito o que queremos viver para aquele determinado padrão de tempo. Ou então que vivemos muito num curto período de tempo.
Aí surge a ideia que o elemento objectivo cai face ao elemento subjectivo a medida não faz sentido e é até um obstáculo, quantas vezes pensamos…… tanto para tão pouco tempo ou, tanto em tão pouco tempo!