sexta-feira, 30 de julho de 2010

Leito de areia


Abeiram-se da água os meninos

O mar não fica quedo e banha-lhes os pés

Ficam radiantes olhando o areal…

A lua cheia pinta de prateado a água,

Todo um manto cobre resplandecente o mar.

O areal com mordomia estende-lhe um tapete

Caminham cruzando as mãos, os meninos…

De mão dada alheiam-se de distâncias.

Os riscos na areia desaparecem com a maré,

Desenham riscos na areia, imaginam riscos…

Diz o menino, sem riscos nada acontece…

A menina concorda, olha as estrelas…

Deslumbra perante a lua,

Imagina um mar para além do mar…

A areia convida a nela repousar,

Num leito improvisado, os meninos deitam-se…

No leito de areia miram a distância  do mar à lua,

Esquecem-se do tempo, são o ser…

No carinhoso colo, adormecem os meninos…

Embalados no leito de areia, entre o cruzamento das mãos

Os corpos regateiam o desejo, do mar da lua…!