sábado, 18 de setembro de 2010

Olhos que sorriem

No olhar o sorriso

Olhos que riem, choram, lembram, esquecem…

Dizem se si… de ti…de todos…imaginam corações.

Ousou a criança de olhos sorridentes,

Ir para além das dunas, não se perdeu num deserto,

Encontrou sim, um imenso oásis…

Vale sempre a pena caminhar em frente,

Após uma curva pode estar o encanto…

Se a tristeza dele não se apropriar.

Caminhando pelas dunas sem ilusões,

Descobriu que existe paixão em qualquer lugar,

Mas não em todos os tempos…

Olhos que se deixam envolver no clarear do dia,

Adormeceram na noite longa, vergados pelo peso da lua…

Mais que eles, foste tu quem conduziu aquele que não via,

Ao reino da paixão…agora de olhos sorridentes, chora a ausência dos olhos que lhe sorriam.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mendigo, mendiga…

Na ponta do cigarro o equilíbrio encontrado,

O morrão prepara a queda rumo ao chão

Dedos amarelos, dentes amarelados.

Noites mal dormidas…dias passados por passar.

Amores mal resolvidos…

Rua escuras que desembocam na estação do Metro vazia,
Sem hora de ponta…

Um mendigo prepara a vida que traz amarrotada,
Num saco de plástico…

História demasiada longa para se esvaziar num qualquer banco.

Depositado o saco, abre-se a vida possível..

Indiferentes e indiferente, todos passam, tudo se passa..
Uma vida que se cruza, na encruzilhada vivência.

Não existe tempo, apenas o espaço importa…

Não há passado ou futuro…existência em estado (im)puro?

Marcada na memória a subsistência possível,
A demência consentida…

Sem imposições ou posições o mendigo, mendiga,

Não quer dinheiro ou bens, quer vida…a vida dele… só!




domingo, 12 de setembro de 2010

Espuma de ondas

A espuma branca das ondas rasga o horizonte..
As gaivotas rodeiam os pescadores, cheira a peixe fresco...
Centenas, milhares, o som é ensurdecedor vão e vêem,
Cobrem o horizonte, invadem o areal…tornam-se paisagem deslumbrante.
O sol indiferente ao que se passa, segue o rumo do ocaso…
Na mesa uma chávena de café… um copo de água…
Todos os dias são bons, hoje não é diferente…
Rodeiam-se assuntos ao sol posto, tal como as gaivotas rodeiam os pescadores
Na falta de coragem , a espuma das ondas é o maior testemunho da força …
A água vai desaparecendo do copo, assim como o sol se esconde no horizonte
O branco da espuma das ondas prolonga o branco de um vestido…

Porque teimam os olhos em encontrar-se sem dizer nada…

Este mar que nos faz voltar sempre para o mirar,
testemunha que existe sempre um regresso...

Não numa Caravela que foi para além dele…mas no barco da vida

No equilíbrio do navegante á vela num rumo quase ao acaso!
Deixamos o mar para trás, amanhã voltamos e voltará a haver ondas!