quinta-feira, 29 de abril de 2010

Homem devaneio



Lançado no burlesco...

Surgiu o homem devaneio...

Aqui e agora fazemos a epopeia...

Lançamos os corpos ao sexo...

Tu e eu compramos um bilhete...

No espaço vazio, esquecemos a roupa...

Fez-se prazenteiro o lugar de espera...

Na pressa do nada, surge o tudo...

Lá fora aguarda a luz do dia...

Aquela luz que não se deixa ver...

Vem viver no espaço burlesco...

Naquele dia esperado...

Imagina o corpo sentido...

Devaneia na plateia do teatro...

Nas cadeiras lado a lado nunca nos encontramos...

Empinamos o espaço para nos cair em cima...

É tão imenso o querer...

Baixa a cortina no burlesco...

Já fomos tanto neste espaço inventado...

E na espera fomos encontrados...

Pelo homem devaneio...

Que para o espaço burlesco foi atirado.